quarta-feira, 30 de março de 2011

Eu quero mudar de eu.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O tom da minha canção

Me perguntas pra que te quero? Te quero pra brincar às escondidas debaixo do cobertor, pra segurar na tua mão quando fores me deixar em casa, e depois soltar dizendo'eu não ando de mãos dadas'. Eu quero ir de mãos dadas, pra qualquer canto. Te quero pra falar sobre o meu dia, sobre a correria, o cachorro, o passarinho, o sapato, a comida, fazer você ouvir músicas que nunca ouviu falar, ver filmes ótimos ver filmes horríveis ao teu lado ou dormir na metade deles. Quero não dormir uma noite antes da gente ir pra praia  só gastando tempo em te ver de olhos fechados, mesmo que esteja roncando... E levantar as sete da manhã num sábado nublado pra pegar um ônibus lotado e ficar 2 horas em pé. Te quero pra passar a mão na tua barba  ruiva que cresce muito e eu gosto. E te achar o cara mais sexy que usa laquê. Te quero pra desejar ter te conhecido desde quando a gente achava que beber vinho na praça era ser punk. Te quero pra te ouvir dizendo que sou cheirosa depois de me abraçar forte quando me encontra,. E ficar bobinha quando diz que sou linda, mesmo quando acordo com olheira e descabelada. Te quero pra não saber como a gente foi parar do lado contrário da cama, pra ver perus e pra pedir informação. Te quero pra poder te escrever coisinhas bonitas pra depois você apagar. E é pra ti que eu escrevo, xuxu. E é pra ti que eu sorrio de canto. Te querer por toda vida é pouco. Te quero pra retribuir todo o bem que tu tens feito em mim.
.



quarta-feira, 5 de maio de 2010

Da intimidade

Lembrei de um cara que conheci. Meio vago dizer isso,eu sei, mas eu realmente conheci.
Vamos a história.
Tinha uma locadora do DCE da faculdade e eu pegava muitos filmes, desculpa esfarrapada pra ir ver o cara gatinho que trabalhava nessa locadora. Ele que usava calças justas, o que eu achava muito sexy...tinha um estilo 'Rodrigo Amarante' mas não tinha barba (até pq homens de barba não usam calças justas,né?).
Enfim, esse cara, era totalmente blasè e eu obviamente adorava. Até que um dia, quando eu fui procurar um filme qualquer, olho pro balcão e...cadê o cara?? Tinha sido substituído por um cara qualquer que usava boné. Não existe nada pior pra um homem do que boné.
Eu estava arrasada, como que trocam o cara gatinho, blasè e estiloso por um carinha que usa boné???
Mas tudo bem, peguei um filme qualquer pra não perder a viagem e nem dei assunto pro tal novo atendente.
No outro dia, devolvi o filme e...tenho um branco ENORME na minha memória, só sei que eu comecei a conversar com o cara do boné.
Nessas idas e vindas, descobrimos muitas afinidades...livros, filmes, músicas, vegetarianismo, ele também escrevia umas coisas assim, tímidas como as minhas e que não mostrava pra ninguém...até amigos em comum nós tínhamos. E o boné nem deixava mais ele estranho...ele era uma graça!
Passei a ir na locadora todos os dias, ele me recomendou os melhores filmes que vi na minha vida. Falávamos sobre tudo, no horário de entrada, no intervalo das aulas e até quando eu matava aula, ficava lá pra conversar...era tão bom..a gente se entendia tanto.
Até que um dia ele me chamou pra sair...eu não tive dúvidas e aceitei. Nenhum dos dois foi ao encontro enós rimos muito disso depois.
Marcamos mais uma vez e novamente ninguém foi. Acho que a gente nunca precisou de um encontro ou algo assim pra que nos sentíssemos íntimos.
Um dia, combinamos de que cada um levaria tudo aquilo que tinha escrito e que era secreto, daqueles que a gente não mostrava pra ninguém. Mas não podia ser uma cópia, não, tinha que ser original, escrito a punho, o mais visceral  possível.
Levamos então, trocamos, e decidimos que cada a um ia levar pra sua casa, ler, e na noite seguinte devolveríamos e conversaríamos horas sobre os escritos de cada um.
Como combinado, voltei a locadora na noite seguinte...e ele não estava mais lá. Nem a locadora!! Foram embora sabe-se lá pra onde..e me restava apenas guardar os segredos dele.
Achei que nunca mais fosse vê-lo, até passar por ele na rua uns dois anos depois.
Não nos falamos, nem nos cumprimentamos, nada. Apenas nos olhamos nos olhos e sorrimos.
Eu sabia que os meus segredos estavam bem guardados com ele.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Das cartas que eu não mando.

Então, meu querido.
Gosto de ti e não sei de que forma tu entende esse meu gostar de ti.
Mas é verdadeiro e inocente, com um pouco de maldade para fins educativos.
Quero sempre conversar contigo, mas tu nunca fica sozinho e eu seria incapaz de te tirar da companhia de teus queridos para uma conversa particular. Outra,tu mexe comigo a ponto de me fazer mal conseguir te olhar nos olhos, então acabo sempre te enviando essas coisas que parecem frias e não são.
Eu me sinto muito bem quando a gente consegue ficar mais próximos e fala coisas bobinhas. Gosto muito disso.
E não sei o que tu pensa que eu quero de ti, não quero sugar tua força e vitalidade, não sou dada a romances chatos, sonhadores e rotineiros, nunca achei graça em A Moreninha.
Só que tem momentos em que eu acho que a gente se entende e se dá tri bem, e se é legal, deveria acontecer outras vezes, saca?
Mas as vezes também parece que tem um muro nas nossas frentes. E se tem, eu não quero pular esse muro - pq as pessoas precisam de individualidades - mas eu adoraria escalar esse muro e sentar contigo lá em cima, pra descer quando fosse preciso e poder subir de novo quando desse vontade (o que não faz de mim uma pessoa em cima do muro).
Eu quero e que a gente se curta, fique numa boa, em paz, e possa se fazer bem. Não encara isso como uma medida desesperada, uma prensa, ou sei lá o que, porque não é isso.
É só uma necessidade de te falar verdades. Preciso saber se tu é uma barca furada, porque eu não sei nadar.

segunda-feira, 29 de março de 2010

As flores azuis, diziam, eram venenosas.
Eu nunca acreditei.






(Ao que me parece, ela também não acredita.)

27 de janeiro será sempre memorável.

Eu não esperava por aquela visita. A gente tinha se visto no dia anterior, show d'Os Mutantes...tudo no clima frio de sempre. Repito que, eu não esperava por aquela revista.
Eis que Deus - ou qualquer outro Ser sacana que nos faz de marionetes - decidiu, por óbvio, me testar e rir com os resultados.
Primeiro me enviou uma mensagem no celular, coisa que ele nunca faz...é hippie demais pra isso, julga.
Dizia um inocente 'estamos indo praí' que me fazia questionar: que necessidade havia de me avisar?
Respondi sem inocência, um exato 'venha, te consigo lugar pra dormir' e que veio acompanhado da resposta 'confio em ti, não estou levando barraca'.
Me sinto idiota de ter memorizado isso.
Ele apareceu, daquele jeito desajeitado de guri que cresceu muito e não sabe conduzir o corpo. Alto, magro, esquisito como sempre e como eu sempre gostei.
Ele não trazia flores, não trazia um vinho caro, não trazia bombons de licor de cereja...mas trazia um abacaxi, cachaça e coisas ilícitas. Tudo bem, somos todos loucos mesmo.
Me tratou como a amiga de sempre, afinal, somos mesmo amigos.
Não me lembro do que aconteceu no decorrer da noite, lembro de ter uma garrafinha, daquelas decoradas, com um conteúdo que, talvez fosse mesmo cachaça. Bebi sem dividir com qualquer outra pessoa.
Nos aproximamos. Não lembro da conversa, não lembro do caminho até minha barraca, mas lembro de ter me sentido flutuar (talvez pelo excesso de cachaça) e lembro de tudo o que conversamos deitados lado a lado, olhando nos olhos.
E eu nunca imaginei que ele pudesse me olhar nos olhos.
Não teve sexo, transa, trepada ou amorzinho gostoso.
Eu me senti completa, sabia que não queria estar vivendo nada diferente do que aquele momento, só queria ser aquele momento. Éramos dois, éramos tão um.
O que aconteceu foi mais íntimo do que isso.
Nossos lábios se tocaram, nossas mãos se tocaram, nossas almas se tocaram.
Dormimos juntos, acordamos juntos, rimos muito juntos e falamos bobices juntos.

Tivemos ressaca juntos, e fomos cada um pra um lado.
Separados.
Me sinto bem.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Menina...

Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar histórias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã.

Menina vou te guardar comigo...

O Teatro Magico - Menina









Então, apareceste.
Tudo bem que foste nascer no dia seguinte ao meu aniversário, mas tudo bem, tu serás pra sempre um presente.
Ah, menina, nem sei como te dizer todas as coisas que quero te dizer.
Primeiro, tu és linda. Eu sei que tem muita gente gente que diz que todos nascemos com cara de joelho e talvez seja mesmo verdade. Mas tu és linda de várias formas.
Teus pais passaram por muitos momentos difíceis pra ficarem juntos, sabia? Eles tem uma história de amor tão linda, e isso te torna mais linda, porque tu brotou de um amor de verdade.
E tu és tão pequenininha, embora todos digam que tu és enorme. Pequenininha pra mim, quando te comparo a toda ansiedade e todo o amor gerado quando tu ainda moravas na barriga quentinha..
E foram tantas as mãos acariciando, tantos abraços e afagos...Cecília, tu és muito amada e por gente que nem sequer conhece ainda!!
Hoje, eu me sinto totalmente bem. Lembras que eu te  escrevi uma vez, dizendo que tinha acontecido tanta coisa ruim comigo? Tu vieste pra me salvar destes abismos, criança, pra me encher de motivos pra querer ver a vida.
E eu estarei contigo, pra sempre.